quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

QUEM TEM MEDO DO PAPAI NOEL?! by Psicóloga Juliana Porto





      O último mês de cada ano é sempre o mais festivo, alegre e colorido. Com a chegada do Natal, as decorações das casas, das ruas, do comércio e das cidades como um todo, entram no clima do Papai Noel, das árvores recheadas de bolas e enfeites multicoloridos, das luzes que piscam, das estrelas, do boneco de neve, uma verdadeira brincadeira de criança.

 Mas se tudo é tão lindo e encantador, porque a figura do Papai Noel desperta medo em tantas crianças?

As famílias fazem filas em lojas e shoppings para conversar com o ‘bom velhinho’, entregar uma cartinha e fazer um ‘clique’ ao lado do Papai Noel. A expectativa dos pequenos é grande, um misto de ansiedade, choro, desconfiança. Os mais curiosos chegam perto, puxam a barba, querem saber se é de verdade; Os mais obedientes até sentam no colo, mas ficam imóveis, quase congelados esperando uma foto rápida; Alguns enfrentam os seus próprios medos para entregar uma simples cartinha e assim garantir um presentinho; Os desinibidos (minoria), fazem mil perguntas, contam histórias, beijam, abraçam e se deixar levam o Papai Noel para casa.

Muitos pais sentem-se frustrados com os filhos e não compreendem as reações inesperadas e negativas dos pequenos. Mas, por que existe o medo, o choro?

Os motivos que podem desencadear uma crise de choro e uma recusa em cumprimentar o ‘bom velhinho’, podem ser diversos: criança indisposta ou doente, cansaço de aguardar na fila, mau humor, sede, fome, vontade de ir ao banheiro, sono, entre outros. Por isso, não descarte as possibilidades circunstanciais.

Porém, é totalmente normal e comum, uma criança ficar sem reação diante do Papai Noel, porque ele é uma figura marcante no imaginário infantil. Podemos comparar a emoção de uma criança com a de um jovem, por exemplo, ao se aproximar de um ídolo em um show de música. Em geral, os pequenos não sabem lidar com as emoções, principalmente no que se refere à fantasia, encantamento e surpresa.

É compreensível que as crianças não queiram se aproximar do Papai Noel, pois em suas cabecinhas surgem dúvidas do tipo: ‘ele é de verdade, não existe somente nas histórias, filmes e desenhos animados?’. E então agarram os pais, tentam se esconder, mas ao mesmo tempo experimentam uma espiadinha. Quanto menor a faixa etária, mais prevalece o emocional e menos o racional, ou seja, as crianças têm mais sensações/sentimentos e pouco compreendem  a situação.

Os papais precisam manter a calma, conversar com os filhos e deixar as frustrações de lado. Podem perguntar o motivo do choro ou do medo, escutando e buscando compreender o que a criança tem a dizer.

Importante ressaltar que o fato de o seu filho sentir medo do Papai Noel, não significa que ele possua qualquer tipo de fobia/transtorno. Apenas observe como seu filho se comporta em outros lugares, tais como circo, teatro. Preste atenção no que seus desenhos expressam, nas historias que ele conta, nos filmes/desenhos que gosta de assistir. Considere também o perfil, se é tímido, sensível, extrovertido. Analise as situações e o contexto em que estão inseridas.

Com o passar dos anos, seu filho poderá lembrar-se de uma experiência desagradável com o ‘bom velhinho’ ou então tentar novamente a cada natal, a fim de mudar a informação registrada em sua mente, conferindo novo significado ao fato e transformando uma experiência negativa em positiva.

Que tal oferecer uma nova chance ao Papai Noel no próximo Natal? Você poderá se surpreender. Que tal? Depois me conte a sua experiência.


                                                                                                              
                                                                        FELIZ NATAL!!!


                                                                                                Psi. Juliana Porto (CRP 12/03845)


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