segunda-feira, 17 de junho de 2013

A ‘AGRESSIVIDADE’ NA CRIANÇA by Psicóloga Juliana Porto



Crianças de diversas idades e por diferentes motivos, podem apresentar comportamentos agressivos transitórios ou permanentes.

 Até os 2 (dois) anos de idade, por exemplo, é comum observar crianças ‘mordendo’ os coleguinhas, pois além de esta ser uma fase egocêntrica, é também aquela em que as crianças ainda não aprenderam a se expressar, e acabam utilizando o próprio corpo para manifestar vontades e sentimentos, e então choram, gritam, empurram ou mordem como uma forma mais eficiente e rápida de conseguir o que desejam.



Alguns comportamentos são esperados para essa faixa etária, tais como: birras e gritarias quando contrariados ou na disputa por um brinquedo ou atenção de uma pessoa querida. Porém é fundamental a imposição de limites, interferindo quando necessário e conversando, para que a criança compreenda o que é certo e o que é errado, e que sempre deve ter cuidado para não machucar o outro.

Aos 3 (três) anos de idade, as crianças descobrem a satisfação de brincar e de se comunicar com outras pessoas, em função de possuírem uma linguagem muito mais rica, dando início ao processo de socialização. É o momento ideal para impor limites podendo estar associados à pequenas punições, mas nunca incluindo atitudes violentas.

Já entre o 4º (quarto), 5º (quinto) e 6º (sexto) anos de vida começam a se formar os grupinhos (também denominados ‘panelinhas’) e em função de diferenças individuais podem surgir comportamentos agressivos, tais como: brigas, provocações, desvalorização do outro, e também surgem os apelidos pejorativos e humilhantes.

Entre os 7 (sete) e 10 (dez) anos, é necessário dedicar maior atenção, pois as crianças já têm noção do que podem ou não fazer.

Os comportamentos agressivos podem ter início no ambiente escolar, pois este é um meio de convívio social onde a criança precisa adaptar-se ao grupo, conquistar amigos, e ainda aprender a se relacionar com diferentes pessoas, deixando o ambiente familiar (mais ‘protegido’) por algumas horas, e passando a conviver com o desconhecido e a insegurança diante das novidades.

Algumas situações da vida das crianças podem levá-las a apresentar reações transitórias/passageiras de agressividades, como por exemplo, a chegada de um irmãozinho, a perda de alguém querido, a mudança de escola ou residência. E nesses casos, os pais devem ficar atentos e cuidar para que os comportamentos momentâneos não se tornem permanentes.

Outra questão a ser levada em conta e que pode influenciar ou gerar comportamentos agressivos em crianças, é o ambiente familiar em que ela está inserida - se a criança for criada num ambiente saudável, onde exista amor e limites teremos uma educação eficiente, caso contrário, o comportamento agressivo poderá surgir como resultado de uma relação familiar deficiente.



É importante lembrar ainda, que a agressividade na criança pode se manifestar em diferentes intensidades e se direcionar a diferentes pessoas ou objetos. E somente deverá ser considerada desvio de conduta, quando manifestada por um longo período de tempo e ainda quando não existirem outros fatores que possam estar gerando instabilidade emocional para a criança.

Por fim, considera-se a importância do trabalho conjunto entre Pais e Professores, de modo que possam observar a intensidade e a frequência de atitudes agressivas e, caso necessário, busquem apoio psicológico com objetivo de compreender e principalmente eliminar comportamentos negativos, que possam vir a se tornar constantes ou façam parte do cotidiano da criança,  resultando em problemas mais sérios na vida adulta, levando a traumas, complexos, bloqueios emocionais, transtornos entre outros.



                                                                                                  

                                                                                                   Psi. Juliana Porto (CRP 12/03845)




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